Data | 18-11-2010 |
De | Resposta de Leslie para Eli -2 |
Assunto | Re:Modelo Educacional. |
Adorei a forma descritiva da nossa inevitável resistência àquilo que é novo...
Ontem estava em um grupo de estudo discutindo como a inclusão, de deficientes e portadores de necessidades especiais, aconteceu no sistema educacional Italiano, um dos países europeus onde o modelo de inclusão funciona de forma satisfatória, e qual modelo estamos tentando implantar aqui no Brasil.
Dentre as várias questões que foram levantadas, inclusive políticas, esbarramos, novamente, no entrave social. O Brasil tem uma cultura assistencialista. Os políticos se elegem por meio dessas “esmolas” e não por investirem nas estruturas da educação, da saúde e etc. Os valores sociais são outros. Ter um salário assistencial do governo por ser “incapaz” teria uma leitura de humilhação em muitas sociedades. Para essas sociedades ser socialmente produtivo é ser cidadão. Por isso essas sociedades incorporam processos educacionais colaborativos, onde o indivíduo, independente da sua condição, possa se tornar autônomo (ou quase autônomo, necessitando algumas vezes, do auxílio de mediadores) trazendo, a esses indivíduos, o sentido de cidadania. No Brasil, esse sentimento de cidadania, de autonomia, do ser socialmente produtivo, é dilacerado pelo apelo do assistencialismo.
A curto prazo, é caro manter salas com dois ou três professores que pudessem dinamizar uma sala de aula com ensino colaborativo, só que, a longo prazo, é muito mais barato do que essa política assistencialista que vivemos hoje. Só que, novamente , esbarramos nos paradigmas sociais. No que a sociedade espera dos seus governantes, nos que os Brasileiros sentem enquanto nação... Sei que pareço pessimista, mas essas mudanças, tão esperadas e que muitos de nós anseiam, só poderão acontecer quando o povo se educar, se instruir. E a educação? A educação está engessada no sistema de valores vigente. E é aí que eu me pergunto: como mudar?