Data | 16-11-2010 |
De | Leslie Arthou |
Assunto | Modelo Educacional |
Hoje, 16 anos depois da Declaração de Salamanca, ainda vemos o Brasil (e grande parte do mundo) tentando entender como trabalhar a inclusão de alunos deficientes e/ou portadores de necessidades especiais, no sistema educacional. Cabe, aqui, minha pergunta: Será que esse modelo educacional que vemos no Brasil é capaz de abarcar as implicações de uma educação verdadeiramente inclusiva?
Será que ao discutirmos a inclusão, não deveríamos estar questionando o sistema educacional vigente? Será que o cerne da discussão não deveria ser um outro modelo educacional, onde alunos (todos, indiscriminadamente) pudessem ser globalmente atendidos e ter seus potenciais desenvolvidos e valorizados, e não, simplesmente, discutir sobre um modelo que "integre" aqueles com necessidades educacionais especiais e/ou deficiências?
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Data | 16-11-2010 |
De | Carla |
Assunto | Modelo Educacional |
É verdade Leslie e mais, antes de tudo temos que trabalhar e a conscientizar os educadores porque começa de lá a discriminação sobre os deficientes em geral. Hoje aqui em Teresópolis temos o CONSELHO MUNICIPAL DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA.
Vamos juntas LUTARMOS para que os deficientes sejam vistos como pessoas iguais a qualquer um...
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Data | 17-11-2010 |
De | Resposta de Leslie para Carla - 1 |
Assunto | Re:Modelo Educacional |
Não sei se é falta de conscientização, acho que é falta de capacitação. Nossos professores, por mais boas intenções que tenham, não são preparados para trabalhar em salas multi-funcionais, não são capacitados ou instrumentalizados para atender as necessidades de um portador de deficiência. Nesses casos, infelizmente, a boa intenção não basta. É preciso educar esse educadores a desenvolverem seus alunos de maneira global e dar subsídios práticos para isso.
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Data | 02-06-2016 |
De | Moisés dos santos pereira |
Assunto | Re:Re:Modelo Educacional |
Com certeza falta de capacitação, dos educadores, é um fator. Crucial.
Mais como esta a sociedade, com suas normais creio que os educadores. Tem medo ate mesmo de educar.
Mais toda força e apoio e valido e bem vindo.
Parabéns. Pelo site.
Sucesso
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Data | 17-11-2010 |
De | Maria Candida Panchorra Arthou |
Assunto | Modelo educacional |
Não vejo outra palavra melhor para definir seu passo nessa discussão, como CORAGEM!!!!...e é isso que precisamos, colocar nossas percepções do conhecimento com força, e determinação. Essa "bandeira" tem que ser sustentada...e muito justo por uma pessoa que sabe bem segurá-la, agitá-la, e fazer com que pessoas que possam, também,com suas capacidades de conhecimento e interveção na sociedade, conformatar um mundo mais justo...mais equalitário...mais digno.Adorei seu propósito, adorei o site, parabéns...Vai em frente, minha filha, o mundo é SEU!!!!!
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Data | 17-11-2010 |
De | Resposta de Leslie para Maria Candida 1 |
Assunto | Re:Modelo educacional |
Mãezinha,
Fico muito feliz que você tenha gostado da proposta, você não imagina como isso é importante para mim.
Muito obrigada pelo carinho, muito obrigada pela força.
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Data | 17-11-2010 |
De | Eli Lemos de Freitas |
Assunto | Modelo Educacional |
Oi Leslie,
Pimeieramente, parabéns pela iniciativa.
Concordo plenamente com você. Acho, que o modêlo educacional precisa ser repensado, no sentido de incluir as diferenças, baseado
na realidade de que cada aluno sendo único em si, precisa ser visto, tratado e identificado como tal.Para tanto, os professores precisariam ter uma formação que não fosse só teórica, mas também existencialista.
Como parte da formação de um Psicanalista, por exemplo, consta da necessidade de cumprir sua análise pessoal, didática e supervisão de casos( como estou trabalhando), penso que seria uma metodologia muito enriquecedora para os professores.(logicamente adaptada para eles).
Uma formaçãoque constasse não só de informações teóricas e necessárias ao exercício da profissão, mas também da oportunidade desses profissionais encontrarem auto resolução, aceitação e entendimento de suas próprias diferenças;capacitação fundamental para sermos capazes de lidar com a diferenças dos outros.
Penso que este seria um modelo de fromação "inclusiva para começar incluir". Uma vez que se trata de uma educão integral, constando também de formação para a inteligência emocional dos profissionais em questão.
Um olhar para dentro de si mesmo, num acompanhamento terapêutico, direcionado ao autoconhecimento, resultaria em uma qualificação mais humanizada para esses professores, que entrariam em sala de aula, mais capacitados à uma postura inclusiva, uma vez que tal formação, ofereceria espaço para inclusão e conhecimento de sua própria diferença.
O que vocês acham?
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Data | 17-11-2010 |
De | Resposta de Leslie para Eli - 1 |
Assunto | Re:Modelo Educacional |
Eli,
Muito obrigada pelo apoio à iniciativa.
Quando pensamos nessa educação que compreende o aluno como um ser único e repleto de possibilidades, o primeiro entrave que encontramos é, sem dúvida, a formação dos professores. Os professores deixaram de ser aqueles capazes de ampliar os horizontes, apoiar durante um desafio, mediar as descobertas e passaram a ser meros transmissores de conhecimento acadêmico (quase burocrático), os quais, a maioria dos alunos, sequer percebe utilidade prática para vida. Não é a toa que os professores clamam por respeito e dignidade, sentimentos que viriam naturalmente se esses estivessem, de fato, envolvidos na formação dos indivíduos que a sociedade lhes delegou. Acho que, ao falarmos nas modificações no nosso modelo educacional (que atende as crianças), inevitavelmente vamos falar em modificações na formação desses profissionais da educação. E inevitavelmente vamos esbarrar nos valores da nossa sociedade. A meu ver, é preciso desconstruir uma série de paradigmas sociais para que se possa começar a pensar no desenvolvimento global de todo e qualquer indivíduo.
Mas como modificar paradigmas sociais?
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Data | 17-11-2010 |
De | Eli lemos de Freitas |
Assunto | Modelo Educacional. |
Creio que com ousadia. Coragem para colocar em ação aquilo que em princípio, ninguém quer assumir, mas todos já anseiam por sua chegada.
O novo quando chega, apenas uma meia duzia de alucinados o recebe em suas casas e o assume,o resto, fica espiando pelas frestas com medo de ser flagrado e criticado. Mas dele, ninguém escapa. Necessita de consciências que inicialmente o abarque e sustente, o resto, é com o tempo. Tem sido assim, não é?
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Data | 18-11-2010 |
De | Resposta de Leslie para Eli -2 |
Assunto | Re:Modelo Educacional. |
Adorei a forma descritiva da nossa inevitável resistência àquilo que é novo...
Ontem estava em um grupo de estudo discutindo como a inclusão, de deficientes e portadores de necessidades especiais, aconteceu no sistema educacional Italiano, um dos países europeus onde o modelo de inclusão funciona de forma satisfatória, e qual modelo estamos tentando implantar aqui no Brasil.
Dentre as várias questões que foram levantadas, inclusive políticas, esbarramos, novamente, no entrave social. O Brasil tem uma cultura assistencialista. Os políticos se elegem por meio dessas “esmolas” e não por investirem nas estruturas da educação, da saúde e etc. Os valores sociais são outros. Ter um salário assistencial do governo por ser “incapaz” teria uma leitura de humilhação em muitas sociedades. Para essas sociedades ser socialmente produtivo é ser cidadão. Por isso essas sociedades incorporam processos educacionais colaborativos, onde o indivíduo, independente da sua condição, possa se tornar autônomo (ou quase autônomo, necessitando algumas vezes, do auxílio de mediadores) trazendo, a esses indivíduos, o sentido de cidadania. No Brasil, esse sentimento de cidadania, de autonomia, do ser socialmente produtivo, é dilacerado pelo apelo do assistencialismo.
A curto prazo, é caro manter salas com dois ou três professores que pudessem dinamizar uma sala de aula com ensino colaborativo, só que, a longo prazo, é muito mais barato do que essa política assistencialista que vivemos hoje. Só que, novamente , esbarramos nos paradigmas sociais. No que a sociedade espera dos seus governantes, nos que os Brasileiros sentem enquanto nação... Sei que pareço pessimista, mas essas mudanças, tão esperadas e que muitos de nós anseiam, só poderão acontecer quando o povo se educar, se instruir. E a educação? A educação está engessada no sistema de valores vigente. E é aí que eu me pergunto: como mudar?